quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Goiana: Dez anos depois, começa julgamento dos suspeitos de matar frei Luciano

O julgamento dos réus Walter Maciel Correia e Sérgio Aranha da Silva, suspeitos de assassinar o frei Luciano Santos, há 10 anos, teve início nesta quarta-feira (23), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha do Leite, no Recife. 

Pela manhã, a delegada responsável pelas investigações na época, Silvana Lélis, além de quatro testemunhas de acusação, foram ouvidas pelo júri, que é composto por sete pessoas. Mais oito depoentes - entre acusação e defesa - estavam arrolados para darem declarações ainda nesta tarde. Os réus também deverão se pronunciar. Apesar da previsão inicial ser de três dias de julgamento, é provável que o veredicto seja anunciado já nesta quinta-feira (24).
Para o promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Fernando Matos, todos os indícios levam a crer que os réus são culpados. “Quanto à materialidade não há dúvidas, e os indícios de autoria são claros”. A delegada Silvana Lélis também atribuiu a autoria do assassinato à dupla. “A partir das linhas de investigações realizadas na época e das provas colhidas não existem dúvidas de que o assassinato foi cometido pela dupla. A mais contundente é a de que eles foram vistos entrando no convento por moradores de rua momentos antes do crime”, pontuou.

Momentos antes do início da audiência, freis e frades da Ordem Carmelita - munidos de faixas e cartazes - realizaram um ato de protesto para pedir a condenação dos acusados. “Esperamos que o júri seja a nossa resposta”, disse o frei Leandro Alencar, que é reitor do Santuário da Igreja do Carmo de Goiana.

Do outro lado da moeda, os familiares dos suspeitos fizeram uma manifestação para que o conselheiro tutelar e o diretor de turismo sejam declarados inocentes. De acordo com a irmã de Sérgio Aranha, os verdadeiros culpados estão soltos e o que está sendo feito é uma injustiça. “Queremos que a justiça seja feita. Eles não fizeram nada e os criminosos estão nas ruas”, disse.

O CASO

O conselheiro tutelar Walter Maciel Correia e o diretor de turismo Sérgio Aranha da Silva são apontados como os executores do assassinato do frei da Ordem Carmelita Luciano Santos, que aconteceu no dia 28 de agosto de 2003, dentro do Convento Nossa Senhora do Carmo, localizado na cidade de Goiana, Zona da Mata de Pernambuco. 

Eles estão sendo julgados por homicídio qualificado, quando é cometido à traição, emboscada ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima, já que o latrocínio – roubo seguido de morte – foi desqualificado pela polícia. Caso sejam condenados, podem pegar penas que variam entre 23 e 25 anos em regime fechado.

Fonte: Folha PE

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