quarta-feira, 31 de julho de 2013

Possível saída da Petrobras do Porto de Cabedelo, na PB, deixa população e políticos em alerta

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Presidente da Companhia Docas da Paraíba participou de audiência pública nesta terça-feira (30), em Cabedelo, para discutir a situação do Porto
Foto: Roberto Guedes/ Secom-PB/ Divulgação

  Do NE10/ Paraíba
Fortes rumores de que a Petrobras irá deixar de operar no Porto de Cabedelo, Grande João Pessoa, tem deixado a população e a classe política da Paraíba preocupados. Se isso acontecer, haverá uma redução de 40% na movimentação e 25% na receita do porto, além da reflexão nos custos do combustível distribuído na região. Atualmente, 80% do abastecimento dos postos do Estado é feito pelo Porto de Cabedelo.

A especulação ganhou força após a Petrobras ter divulgado que, a partir de novembro de 2014, iniciará operações no Porto de Suape, em Pernambuco, voltadas para a produção de Diesel S-10. Apesar de negar a existência de um plano de desativação da tancagem no Porto de Cabedelo, a estatal admite estar avaliando as opções de suprimento para o Estado.

De acordo com Wilbur Jácome, presidente da Companhia Docas da Paraíba, responsável pela administração do Porto de Cabedelo, ainda não há nada oficial em relação ao interrompimento da cabotagem em Cabedelo. Ainda assim, ele considera a situação alarmante. 

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“Perderíamos 500 empregos diretos, além de um déficit de 300 caminhões e 500 pessoas deixando de circular na cidade. Diminuiria consideravelmente o consumo de combustível, comida, hotel, atingindo todos os setores do comércio local. Nesse momento, perderíamos 40% da movimentação e 25% do faturamento do porto, que é de cerca de R$ 3 milhões apenas com movimentação do granel líquido, diminuindo a capacidade de competitividade e a perspectiva de atrair novos investimentos. Temos que evitar isso, o Porto é da Paraíba. Somos necessários ao desenvolvimento econômico desse Estado”, defendeu durante a sessão especial realizada na Câmara Municipal de Cabedelo nesta terça-feira (30) para discutir o assunto.

De acordo com dados apresentados pelo presidente da Companhia Docas, dos 15 maiores contribuintes da cidade de Cabedelo, 14 estão ligados à atividade portuária, que gera mais de R$ 2 milhões por ano em ISS para o município. Ainda de acordo com Wilbur Jácome, o momento é oportuno para unir forças em prol da defesa do porto. 

“A Paraíba discute a infraestrutura do porto há tempos, precisamos aproveitar esse momento para refletir a importância do equipamento para o Estado. Estamos em uma crescente de mais de 50% em três anos e meio, além de gerar mais de 2 mil empregos diretos e indiretos. Com um crescimento como este não há o que discutir quanto a viabilidade”, disse Jácome.

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Antes dos rumores da saída da Petrobras do Porto de Cabedelo, o Governo da Paraíba havia submetido três projetos ao Governo Federal para reestruturação do complexo portuário. De acordo com o presidente da Docas-PB, as ações teriam um custo de R$ 750 milhões. Para ele, seria o momento do Governo Federal sanar o que chamou de "dívida histórica com a infraestrutura marítima da Paraíba".
"Só se tem visto a concentração de investimentos na Bahia, em Pernambuco e no Ceará. Para um estado localizado exatamente no meio do Nordeste, indicado até mesmo por Maurício de Nassau como estratégico para a distribuição, não temos o devido retorno. Do ponto de vistia logístico, temos muita competência e vocação", apontou ainda.

PROJETOS – Dentre os projetos defendidos pelo Porto de Cabedelo, o primeiro diz respeito à construção de um terminal de múltiplo uso, 550 metros de novos berços e 102 mil metros quadrados de armazenagem. Com essa obra, o porto passaria a ter uma capacidade de absorver, no mínimo, os 50 mil contêineres da Paraíba que são movimentados hoje em Suape.

O segundo projeto trata do reforço do cais envolvente, aumentando o destacamento do cais em 25 metros, o que possibilitará novas dragagens e o aumento do calado para, no mínimo, 13 metros. Isso viabilizaria o atracamento de embarcações maiores. Já o terceiro ponto diz respeito à dragagem, que de acordo com o presidente da companhia Docas da Paraíba estaria incluída no próximo plano nacional de dragagem do Governo Federal.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo na Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad, a Petrobras coloca em prática um plano de austeridade para minimização de custos e esse é o momento de interferir nas tomadas de decisão. “Acredito que, daqui para o final do ano, a Petrobras já tenha esse plano concluído e se não intervimos agora não teremos mais o que fazer. Precisamos unir forças para tentar solucionar o problema”, observou.

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