sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ato durou 6 horas, reuniu 100 mil e não teve confronto com a PM.
Três foram detidos; um homem ficou ferido em empurra-empurra.

Do G1 São Paulo
Um dia depois do anúncio da revogação do aumento da tarifa do transporte público em São Paulo e em cidades da Grande São Paulo, manifestantes voltaram à Avenida Paulista nesta quinta-feira (20).
Além do ato convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) na principal via da cidade, outras manifestações foram realizadas por diferentes grupos que ocuparam ruas em bairros e chegaram a interditar também as rodovias Castello Branco, Anhanguera, Anchieta e Rodoanel durante a noite.

(O G1 acompanhou em tempo real as manifestações pelo país, em fotos e vídeos: veja relatos no Brasil inteiro, emSão Paulo e no Rio.)
Na Avenida Paulista, o protesto teve marcha pacífica que avançou por diversas ruas da cidade, mas foi marcado por discussões entre manifestantes e representantes de grupos partidários. Uma pessoa ficou ferida. Por volta das 23h, quando manifestantes começavam a se dispersar, um homem foi detido pela Polícia Militar portando coquetel molotov, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Bela Cintra. Pouco depois, na Alameda Itu, dois foram detidos por pichar um orelhão. Apesar dos incidentes, não houve confrontos com a Polícia Militar ou depredações.
De acordo com a Polícia Militar, a estimativa é que 100 mil pessoas tenham participado do protesto na Avenida Paulista, que nesta quinta contou com representantes de diversas entidades, movimentos e partidos políticos. Membros do Partido dos Trabalhadores (PT) foram hostilizados desde o início da manifestação. No ato voltaram a ocorrer gritos de “sem partido”, que já haviam marcado protestos anteriores. Militantes foram vaiados e houve brigas com socos e empurrões.
Durante uma discussão, o advogado Guilherme Nascimento disse ter tomado uma bandeirada de um militante do PT, na Avenida Paulista. "Eu estava no protesto e um militante do PT me agrediu sem motivo, me deu uma bandeirada de graça".
Ainda no bate-boca entre militantes e manifestantes, algumas bandeiras do PT foram tiradas dos partidários. Elas foram rasgadas ou incendiadas. Exceto pela série de bate-bocas e discussões entre os próprios manifestantes - o ato contou também com a presença de grupos que se denominavam punks e anarquistas -, o clima do protesto desta quinta-feira foi bastante tranquilo.
Da Praça do Ciclista, onde se concentraram desde as 16h, grupos seguiram pela própria Avenida Paulista, nos dois sentidos, passaram pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio e pela Avenida 23 de Maio. Outra parte do grupo seguiu pela Rua da Consolação, Avenida Ipiranga, passou pela Prefeitura de São Paulo, mas não houve vandalismo e os manifestantes retornaram para a Avenida Paulista.
Houve protestos pacíficos, com manifestantes cantando o Hino Nacional, em frente à Câmara Municipal de São Paulo e à Assembleia Legislativa. Com a revogação do aumento da tarifa de ônibus, os grupos protestavam contra a corrupção, contra a PEC 37 e por melhores condições de transporte, educação e saúde.
Na Avenida Paulista, grupos se dividiam entre protestos com gritos políticos e, novamente, o clima de "calçadão", com moradores do entorno passeando com seus cachorros pelas ruas e jovens reunidos tocando música.
Diferente do que ocorreu nos últimos protestos, a Polícia Militar acompanhou de perto a manifestação. Foram deslocados 3 mil homens para fazer a segurança do ato. Eles chegaram em ônibus e micro-ônibus na região da Avenida Paulista ainda no início da tarde. Grande parte dos policiais presentes estava sem armamento. Não houve casos de confronto.

Apesar de o MPL ter afirmado que a orientação era para que o ato ficasse restrito à Avenida Paulista, grupos que se reuniram na Avenida Paulista seguiram rumo à Câmara Municipal, no Centro, e à Assembleia Legislativa.
Rodovias
A Polícia Militar e concessionárias que administram rodovias registraram interdições em rodovias durante a noite por causa de manifestações. A Rodovia Anhanguera foi fechada no km 20, no sentido São Paulo. Na Castello Branco, a interdição foi no km 21. A Via Anchieta teve manifestantes no km 18 e 23, em ambos os sentidos.
A Rodovia Raposo Tavares teve manifestação no km 17, com interdição total no sentido São Paulo. No Rodoanel, o bloqueio foi no km 16, na altura de Carapicuíba.

Ainda na capital, houve manifestações em diversas vias importantes como as avenida Interlagos, Ermano Marchetti, D. Belmira Marin, Marechal Tito, Paulo Guilguer Reimberg, Senador Teotônio Vilela, Cruzeiro do Sul, Praça Campo de Bagatelle e Ponte do Socorro.
Sem depredações
Em São Paulo, o clima do protesto de quinta foi bastante diferente do registrado na terça-feira (18), quando um grupo depredou os prédios da Prefeitura e do Theatro Municipal. Houve pichações, vidros quebrados e lojas do Centro de São Paulo foram saqueadas.
A Tropa de Choque só foi chamada horas depois do início dos atos de vandalismo. Não houve confrontos, mas 63 pessoas acabaram detidas. Na quarta-feira (19), durante todo o dia manifestantes fizeram protestos na periferia de São Paulo e na região do Grande ABC, que chegou a ter as quatro faixas da rodovia Anchieta interditadas.
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Mapa Manifestação SP 20/6 (Foto: Arte/G1)

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