“No final do mês de abril, eu tinha vindo pra BH para tentar uma última cartada. Mas, quando eu fui para entrevista no RH de uma empresa de serviços gerais, a moça do RH começou o questionamento, e, ao descobrir minha escolaridade e que eu falava outros idiomas, ela olhou para mim e disse: sinto muito, mas eu não tenho nada para lhe oferecer”, disse.
Para conseguir o novo emprego, Conceição explica que teve que fazer algumas “mudanças” no seu currículo. “Aí eu preenchi a ficha, mas menti as informações, por medo. Falei que tinha só a 8ª série, que tinha básico de uma contabilidade, que tinha feito um curso. Aí fiz outra entrevista com o superior na parte de segurança e entrei no dia 2 de maio para o trabalho na faxina”, falou.
Maria da Conceição contou que já recebeu duas propostas de emprego na área hoteleira, desde que foi descoberta no Mercado Central. Ela afirma que tem o “pé no chão” e não vai deixar o emprego atual.
Antes de chegar a Belo Horizonte, a pernambucana morou em Amsterdã, na Holanda. Depois de sete anos trabalhando em vários empregos no país estrangeiro, ela e a companheira decidiram voltar para o Brasil em 2012 e morar em Betim (MG).
Conceição explica que, apesar de ser formada e falar quatro línguas, sua vida é igual à de muitas outras pessoas no Brasil. Mas confessa que ficou assustada com a reviravolta que sua vida sofreu depois que foi descoberta.
Agora, o Superintendente do Mercado Central, Luiz Carlos Braga, de 52 anos, quer aproveitar todo o potencial da pernambucana. “Na verdade, ela começou a trabalhar na limpeza aqui no mercado e levou o caso até minha gerência de RH, que veio falar comigo. E eu estava em um processo de seleção justamente para um agente de turismo, então eu quis conhecê-la. E para minha surpresa, a experiência que ela tem em vários idiomas era maior. Então, eu pedi os passaportes, comprovei os carimbos, e fiz um teste de conversação. E prontamente me atendeu. No dia seguinte, eu já a classifiquei e aumentei o salário dela” falou.
G1
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