Amigo do tricampeão da Fórmula 1, Galvão Bueno teve de negociar com piloto para que ele pudesse vir entre os passageiros e realizar sonho de sua mãe
O fatídico acidente no GP de San Marino, que resultou na morte do ídolo Ayrton Senna, no dia 1º de maio de 1994, teve ainda mais capítulos após o falecimento do tricampeão da Fórmula 1. No retorno ao Brasil, o narrador Galvão Bueno, amigo do piloto, teve de interceder para que o último pedido da mãe do brasileiro, Neide, fosse realizado: a volta junto com os passageiros no avião.
- Na volta, a dona Neide me fez um pedido. Queria que ele voltasse como um passageiro, e não no bagageiro. Queria que ele voltasse como ele sempre voltou para casa. E o comandante não queria deixar. Nós fizemos uma proposta de troca de lugares de primeira classe para executiva, e deixamos na executiva então o caixão dele - revelou Galvão ao "SporTV Repórter".
Na chegada, no dia 4 de maio, os brasileiros foram recebidos com uma grande mobilização e uma série de homenagens ao piloto já no aeroporto de Cumbica, em São Paulo. Elas seguiram por todo o dia nas ruas.
O fim de semana do acidente no GP de San marino já havia sido de tensão, com duas batidas. A primeira, do então novato Rubens Barrichello, no treino classificatório de sexta-feira. Já a outra aconteceu um dia depois e acabou com a morte do austríaco Roland Ratzenberger. No domingo, Senna planejava vencer para homenagear o companheiro.
- O ponto mais marcante do pré-corrida foi quando ele chamou o Julian Jacobs, que era o empresário dele, na Inglaterra, e falou: "Julian, me arruma uma bandeira da Áustria. Me arruma uma bandeira da Áustria porque eu vou ganhar a corrida e ao final quero fazer uma homenagem ao Ratzenberger". Pouquíssima gente sabe disso - relembra o narrador.
Entretanto, os planos foram interrompidos após Senna ter passado direto pela curva da Tamburello e batido no muro. No momento, sem saber direito o que acontecia, Galvão teve dificuldades para liderar a transmissão. Companheiro dele na Fórmula 1, o comentarista Reginaldo Leme lembra a reação do narrador após o acidente.
- O Galvão suando, ele estava com um lenço grande, passando no rosto. E eu tentando acalmá-lo - disse o jornalista.
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