quinta-feira, 1 de maio de 2014

Retorno do caixão de Senna ao Brasil teve "batalha" por espaço no avião

Amigo do tricampeão da Fórmula 1, Galvão Bueno teve de negociar com piloto para que ele pudesse vir entre os passageiros e realizar sonho de sua mãe


O fatídico acidente no GP de San Marino, que resultou na morte do ídolo Ayrton Senna, no dia 1º de maio de 1994, teve ainda mais capítulos após o falecimento do tricampeão da Fórmula 1. No retorno ao Brasil, o narrador Galvão Bueno, amigo do piloto, teve de interceder para que o último pedido da mãe do brasileiro, Neide, fosse realizado: a volta junto com os passageiros no avião.
- Na volta, a dona Neide me fez um pedido. Queria que ele voltasse como um passageiro, e não no bagageiro. Queria que ele voltasse como ele sempre voltou para casa. E o comandante não queria deixar. Nós fizemos uma proposta de troca de lugares de primeira classe para executiva, e deixamos na executiva então o caixão dele - revelou Galvão ao "SporTV Repórter".
Na chegada, no dia 4 de maio, os brasileiros foram recebidos com uma grande mobilização e uma série de homenagens ao piloto já no aeroporto de Cumbica, em São Paulo. Elas seguiram por todo o dia nas ruas.
Posição do caixão de Ayrton Senna na volta ao Brasil (Foto: Reprodução SporTV)Posição do caixão de Ayrton Senna na volta ao Brasil (Foto: Reprodução SporTV)
O fim de semana do acidente no GP de San marino já havia sido de tensão, com duas batidas. A primeira, do então novato Rubens Barrichello, no treino classificatório de sexta-feira. Já a outra aconteceu um dia depois e acabou com a morte do austríaco Roland Ratzenberger. No domingo, Senna planejava vencer para homenagear o companheiro.
- O ponto mais marcante do pré-corrida foi quando ele chamou o Julian Jacobs, que era o empresário dele, na Inglaterra, e falou: "Julian, me arruma uma bandeira da Áustria. Me arruma uma bandeira da Áustria porque eu vou ganhar a corrida e ao final quero fazer uma homenagem ao Ratzenberger". Pouquíssima gente sabe disso - relembra o narrador.
Entretanto, os planos foram interrompidos após Senna ter passado direto pela curva da Tamburello e batido no muro. No momento, sem saber direito o que acontecia, Galvão teve dificuldades para liderar a transmissão. Companheiro dele na Fórmula 1, o comentarista Reginaldo Leme lembra a reação do narrador após o acidente.
- O Galvão suando, ele estava com um lenço grande, passando no rosto. E eu tentando acalmá-lo - disse o jornalista.
Caixão de Senna é carregado em sua chegada ao Brasil (Foto: Reprodução SporTV)Caixão de Senna é carregado em sua chegada ao Brasil (Foto: Reprodução SporTVfonte : Por São Paulo

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