Finalmente, o Palmeiras é, de fato, o campeão. Na tarde deste sábado, o time treinado por Gilson Kleina cumpriu o capricho matemático que restava para confirmar o que a campanha já fazia prever - e que muito torcedor, na verdade, não gostaria que ocorresse: venceu o Boa Esporte por 3 a 0, no Pacaembu, chegou a 76 pontos e assegurou seu segundo título da Série B do Campeonato Brasileiro.
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Um público bem menor do que o de 26 de outubro (dia em que foi confirmado o retorno à primeira divisão com empate sem gol com o São Caetano) foi ao estádio nesta tarde para torcer mais por um triunfo em si do que propriamente pela consequência a que esse resultado levaria: levar para sua sala de conquistas quase centenária um troféu que não condiz com sua história.
Desta vez, os pouco mais de 17 mil presentes ao menos tiveram o que comemorar. No primeiro tempo, após um rápido contragolpe, Felipe Menezes bateu rasteiro para abrir a contagem. Na segunda etapa, Leandro fez um belo gol e fechou o placar da partida de despedida do Pacaembu na competição. Na próxima e última rodada como mandante, o time atuará em Campo Grande (MS), diante do Ceará, daqui a uma semana.
Será lá a entrega da taça, já que o título poderia ser adiado mais uma vez neste sábado com uma combinação de resultados improvável. Bastava um empate para o líder confirmar o título. Mas, jogando diante de seu torcedor, o Palmeiras não tardou em atacar o Boa. Logo aos dois minutos, Márcio Araújo disparou e sofreu falta próximo da meia-lua. Alan Kardec cobrou e acertou o travessão.
O problema é que a escalação palmeirense tinha deficiências. Na defesa, por exemplo. Sem Henrique, suspenso pelo cartão vermelho recebido na derrota para o Paysandu, o parceiro de André Luiz foi o improvisado lateral esquerdo Marcelo Oliveira. O Boa não se cansou de alçar bolas para a área, muitas delas em escanteios cobrados por Marcelinho Paraíba. Na única que recebeu, o veterano cabeceou à queima-roupa, e Fernando Prass fez ótima defesa.
A todo instante, Kleina cobrava mais movimentação, em especial de seus homens de frente (Leandro, Serginho e Alan Kardec). Mais veloz dos três, Serginho era quem mais se propunha a atendê-lo. Aos 28 minutos do primeiro tempo, após ser acionado em rápido contragolpe, ele inverteu a bola para o lado direito. Wendel se esforçou para chegar antes do marcador e atrasou na medida para Felipe Menezes, da entrada da área, bater no canto direito.
O gol não mudou em nada a disposição das duas equipes em campo. O Boa continuou insistindo nos lances aéreos, e as melhores oportunidades do Palmeiras eram nas saídas rápidas da área. Em uma delas, aos 31 minutos, Leandro recebeu lançamento de Felipe Menezes, invadiu a área e chutou firme, mas viu o goleiro Douglas fazer boa defesa junto à trave esquerda.
O palmeirense levaria a melhor no duelo particular apenas na volta do intervalo. Aos dez minutos do segundo tempo, desta vez acionado por Charles (que substituiu Wendel), o atacante ameaçou o chute dentro da área, deixou o goleiro no chão e arrematou com força para estufar a rede, aumentar a vantagem e novamente fazer a festa da arquibancada. Festa que aumentava a cada bom desarme ou jogada de efeito.
Ainda não se ouvi, no entanto, o grito de campeão nas arquibancadas. A vitória não era convincente. Foi aí que Charles mais uma vez apareceu, ao roubar bola no meio de campo. Eguren carregou com liberdade e enfiou ótimo passe para Juninho invadir a área e soltar bomba para balançar as redes. Para a torcida soltar o grito de campeão definitivamente.
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