Bem produzido, bem dirigido e, principalmente, muito bem atuado, Acalanto dominou a competição de curtas no Festival de Cinema de Gramado. Faltou só o prêmio de melhor ator para o paraibano Luiz Carlos Vasconcelos, mas tudo bem: no hall do Palácio dos Festivais, ele estava feliz da vida com os cinco kikitos (e mais o prêmio do júri popular) do filme de Arturo Sabóia, baseado em conto de Mia Couto.“Arturo me cerceou, paquerou, ligou, disse que tinha feito um roteiropensando em mim...”, comentou Vasconcelos ao CORREIO, ainda no Palácio dos Festivais, logo após a premiação, dizendo como foi parar em uma produção maranhense filmada em São Luiz. “Foi a primeira vez que vi o filme em película. Um grata surpresa tantos prêmios. Acho que Arturo merece, acho que o cinema dos interiores profundos do Brasil merece esse prêmio. Acho que São Luiz merece ter um filme dessa qualidade reconhecido”.No filme, o personagem de Luiz se vê na situação de ler a mesma carta para uma senhora analfabeta - a carta de um filho que há muito tempo mora longe e, na verdade, não dá notícias. A mulher é vivida por Léa Garcia, uma lenda viva do cinema brasileiro, aplaudida de pé ao ganhar o prêmio de melhor atriz. E o filme é basicamente os dois contracenando.“É meio lugar comum falar em presente, mas se há um presente esse foi um. Com Dona Léa, a troca do olhar, a emoção dela fazendo o personagem da velha mãe sofrida foi um presente muito grande”.
Jornal Correio da Paraíba
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